O vitiligo pode afetar qualquer área do corpo, mas geralmente ocorre no rosto, no pescoço e nas mãos.
As manchas brancas na pele são mais vulneráveis às queimaduras solares, por isso é importante usar protetor solar diariamente.
Leia mais sobre filtro solar.
Nas manchas sem melanina há um risco aumentado de desenvolver melanoma, um câncer de pele que pode ser fatal.
Como se apresenta o vitiligo
A distribuição das manchas pelo corpo ajuda a definir o diagnóstico e é importante para definir o tipo de vitiligo.
Áreas afetadas
As áreas mais comumente afetadas incluem:
- A pele ao redor da boca e dos olhos
- Dedos e punhos
- Axilas
- Virilhas
- Órgãos genitais
- Boca
Também pode às vezes se desenvolver nas raízes dos pelos e dos cabelos, deixando-os brancos ou acinzentados.
Sinais e Sintomas
O vitiligo muitas vezes começa como uma mancha clara que se torna branca, ou seja: sem cor.
Se houver vasos sanguíneos debaixo da pele, a mancha pode ser um pouco rosada, em vez de branca.
As bordas da mancha podem ser regulares ou não. Às vezes, são vermelhas e inflamadas, ou há um tom mais acastanhado (hiperpigmentação).
Esta doença não causa desconforto, dor ou alteração de textura na pele.
A condição varia de pessoa para pessoa. Algumas pessoas têm poucas manchas, quase imperceptíveis, mas outras têm manchas maiores que se juntam em grandes áreas na pele.
Não há como prever a quantidade de pele afetada.
Tipos de vitiligo
Existem dois tipos principais:
- Vitiligo generalizado ou não segmentar
- Vitiligo localizado ou segmentar
Vitiligo generalizado
Neste tipo, também chamado de não segmentado, os sintomas geralmente aparecem em ambos os lados do corpo como manchas brancas simétricas.
As manchas simétricas podem aparecer nas seguintes regiões:
- Dorso das mãos
- Braços
- Pele em volta das aberturas do corpo, como os olhos e boca
- Joelhos
- Cotovelos
- Pés
O vitiligo generalizado é o tipo mais comum, afetando cerca de 9 de cada 10 pessoas com a doença.
Vitiligo localizado
Também conhecido como unilateral ou segmentar.
Neste tipo, as manchas só afetam uma área do corpo.
Esta forma é menos comum que o vitiligo generalizado, embora seja mais comum em crianças.
Ele geralmente começa mais cedo e afeta 3 em cada 10 crianças com vitiligo.
Causas
O vitiligo acontece pela falta de um pigmento chamado melanina na pele.
A melanina é produzida por células da pele chamadas melanócitos, e dá à pele a sua cor.
No vitiligo, não há melanócitos funcionais suficientes para produzir melanina suficiente na pele. Isso faz com que manchas brancas se desenvolvam na pele ou cabelo.
Não se sabe exatamente o porquê de os melanócitos desaparecem das áreas afetadas da pele. Ou seja, não se sabe a causa exata.
O vitiligo não é contagiosos, não se “pega” vitiligo. Também não há o que fazer para evitar o seu aparecimento.
Há algumas condições associadas que, no futuro poderão explicar a causa. Um exemplo são as condições auto-imunes.
Também se sabe que há fatores de risco para o desenvolvimento desta doença e gatilhos que podem precipitar o seu aparecimento.
Doenças auto-imunes
O sistema imunológico é o sistema de defesa do corpo contra germes e agressores externos, porém, por algum erro, este sistema passa a agredir células saudáveis do próprio organismo.
Isto quer dizer que ocorre uma auto-imunidade ou doença auto-imune.
O vitiligo generalizado é uma doença autoimune.
Neste caso, o sistema imunológico destrói os melanócitos.
Este tipo também está associado a outras doenças auto-imunes, mas isto não quer dizer que uma pessoa que tem vitiligo generalizado irá ter outra doença auto-imune e vice-versa.
Fatores de risco
Foram identificados alguns fatores de risco para o desenvolvimento desta condição e são:
- História familiar : tanto de vitiligo como de outras doenças auto-imunes
- Ter outra doença autoimune
- Tem melanoma ou linfoma cutâneo de células T
- Ter alteração genética ligada ao vitiligo generalizado
- Neuroquímicos: O vitiligo localizado pode ser causado por produtos químicos liberados das terminações nervosas na pele.
Gatilhos
É possível que a doença possa ser desencadeado por eventos específicos ou gatilhos, tais como:
- Eventos estressantes. Leia sobre transtorno de ansiedade generalizada e sobre síndrome do pânico.
- Danos à pele, como queimaduras severas ou cortes
- Exposição a certos produtos químicos
De todos acima, o estresse parece ser o mais comum. é que se chama popularmente de “vitiligo emocional”.
Diagnóstico
Geralmente o diagnóstico não é difícil.
Um dermatologista pode reconhecer a doença ao exame clínico somente, sem qualquer exame complementar.
Se necessário, o médico poderá fazer uma biópsia de pele para confirmar ou descartar este diagnóstico.
Tratamento
O vitiligo não tem cura, mas pode ser controlado.
O controle tem por objetivo estacionar as lesões e, se possível, repigmentar a pele.
Se as manchas são relativamente pequenas, um creme de camuflagem (como uma maquiagem) na pele pode ser usado.
Em geral, tratamentos combinados, como fototerapia (tratamento com luz) e medicamentos, oferecem os melhores resultados.
Embora o tratamento possa ajudar a restaurar a cor da sua pele, a doença costuma ter períodos de melhora e de piora.
Esta alternância entre melhora e piora está relacionada, muitas vezes, ao estado emocional da pessoa com vitiligo.
Para o controle é importante manter um bom estado emocional.
Alguns tratamentos são:
- Medicamentos: existem medicamentos que induzem à repigmentação das áreas afetadas, como tacrolimus, derivados de vitamina D e corticosteroides.
- Fototerapia: a fototerapia com radiação ultravioleta B banda estreita (UVB-nb) é indicada para quase todos os tipos de vitiligo. Tem excelente resultado para manchas na face e tronco.
- Outras tratamentos: laser, técnicas cirúrgicas ou de transplante de melanócitos são alguns dos tratamentos disponíveis.
Corticoide e tacrolimus costumam ser prescritos sequencialmente, pois o corticoide costuma ser mais potente e é prescrito inicialmente.. A substituição do corticoide pelo tacrolimus evita a atrofia de pele que é um efeito colateral dos corticoides.
A fototerapia com UVA pode ser combinada com uma medicação via oral, um psoraleno, o que é chamado de PUVA. Atualmente a fototerapia com UVB é mais utilizada que a PUVA.
O tratamento com laser é caro e ainda pouco acessível.
O transplantes de melanócitos pode ser usado nos paciente que estão com a doença estável há pelo menos dois anos e, principalmente, nos casos de vitiligo segmentar.
Tratamentos ditos milagrosos ou “naturais”, além de não funcionares, podem levar a reações adversas graves.
O tratamento do vitiligo é individualizado, conforme as características de cada pessoa.
Os resultados podem variar consideravelmente entre uma pessoa e outra.
Em casos graves, com acometimento de mais de 50% do corpo e sem resposta aos tratamentos para repigmentar a pele, a despigmentação é permanente da pele normal com hidroquinona pode ser considerada a fim de dar homogeneidade à cor da pele e melhorar a auto-estima.
A despigmentação total com hidroquinona é a última alternativa, pois torna a pele mais vulnerável aos efeitos da radiação ultravioleta, como envelhecimento precoce, manchas tipo melasma e câncer de pele melanoma ou não-melanoma.
Outras precauções
Embora diretamente não cause danos à pele além do estético, ele pode favorecer outros problemas.
Por causa da falta de melanina, a pele será mais vulnerável aos efeitos do sol.
Sendo assim, o uso de protetor solar é obrigatório.
Como o uso de protetor solar pode reduzir o nível de vitamina D no corpo, é importante fazer a reposição por via oral continuamente.
Dificuldades com a auto-estima não devem ser postas em segundo plano, pois, além de poder até piorar o vitiligo, são questões importantes para a a qualidade de vida.
Medidas práticas
- Use protetor solar (FPS 30 no mínimo) todos os dias contra os raios UVA/UVB. Se exposto ao sol, a cada duas horas;
- Use roupas que protejam do sol. Tecidos com proteção UV são bem-vindos;
- Evite a exposição ao sol, procure a sombra em áreas externas;
- Nunca faça bronzeamento artificial.