A síndrome da fadiga crônica, também chamada de encefalomielite miálgica, é um distúrbio caracterizado por cansaço extremo que não desaparece com o repouso e não pode ser explicado pelo esforço ou por outra condição médica subjacente.
A síndrome da fadiga crônica pode afetar qualquer pessoa, incluindo crianças.
É mais comum nas mulheres, e tende a desenvolver-se entre os 25 e 45 anos de idade.
Causas
Não se sabe o que causa a síndrome da fadiga crônica. Algumas teorias incluem gatilhos que, sozinhos ou combinados, podem tornar a pessoa mais suscetível a desenvolver esta condição.
Os gatilhos sugeridos incluem:
- Infecções virais, como a mononucleose
- Infecções bacterianas, como pneumonia
- Problemas com o sistema imunológico
- Desequilíbrio hormonal
- Estresse psicológico
- Estresse físico
- Problemas de saúde mental, como estresse, depressão e trauma emocional
- Herança genética – parece ser mais comum em algumas famílias
Sintomas da síndrome da fadiga crônica
Sintomas centrais
Os sintomas de síndrome da fadiga crônica podem variar entre os indivíduos, mas existem três sintomas principais:
1. Capacidade reduzida de realizar atividades que antes eram possíveis
A pessoa experimentará fadiga que interfere em sua capacidade de realizar tarefas diárias.
O cansaço é severo, não melhora com descanso, não é devido à atividade e não estava presente anteriormente.
Essa fadiga devem durar 6 meses ou mais.
2. Mal-estar pós-esforço
A pessoa também pode sentir extrema fadiga após atividades físicas ou mentais, o que é conhecido como mal-estar pós-esforço.
Durante os períodos de mal-estar pós-esforço, sintomas novos ou agravamento incluem:
- Dificuldade de pensar
- Dificuldade em dormir
- Dor de garganta
- Dores de cabeça
- Tontura
- Cansaço
Após um evento que desencadeia o mal-estar pós-esforço, a pessoa pode não conseguir sair de casa, levantar-se da cama ou fazer tarefas regulares por vários dias ou até semanas. Os sintomas tendem a piorar 12 a 48 horas após o esforço.
O gatilho dependerá do indivíduo. Para algumas pessoas, até mesmo tomar um banho ou ir ao supermercado pode desencadear o mal-estar pós-esforço.
3. Distúrbios do sono
Uma série de distúrbios do sono pode ocorrer. A pessoa pode sentir muito sono, mas não conseguir dormir ou não se sentir revigorada depois de dormir. Elas podem experimentar:
- Sonho intenso e vívido
- Síndrome das pernas inquietas
- Espasmos musculares noturnos
- Apneia do sono
Outros sintomas principais
Bem como os três principais sintomas acima, um dos dois sintomas a seguir deve estar presente para um diagnóstico de síndrome da fadiga crônica.
1. Problemas com pensamento e memória
A pessoa pode encontrar o seguinte desafio:
- Tomar decisões
- Focar nos detalhes
- Pensar rápido
- Lembrar de coisas
2. Tontura ao levantar
Quando a pessoa passa da posição deitada para a posição sentada ou em pé, ela pode sentir:
- Tontura
- Desmaio
- Mudanças na visão, como visão turva
Outros sintomas possíveis
A dor é um sintoma comum. Uma pessoa com síndrome da fadiga crônica frequentemente experimenta dor ou desconforto que não é decorrente de uma lesão ou outra causa identificável.
Os tipos comuns de dor incluem:
- Dores musculares e dores
- Dor nas articulações sem vermelhidão ou inchaço
- Dores de cabeça
A pessoa também pode apresentar:
- Sensibilidade nos gânglios linfáticos, especialmente no pescoço ou nas axilas
- problemas gastrointestinais
- Calafrios e suores noturnos
- Alergias a comida
- Sensível à luz, toque, calor ou frio
- Fraqueza muscular
- Falta de ar
- Arritmia cardíaca
- Irritabilidade e mudanças de humor
- Ataques de ansiedade ou pânico
- Dormência, formigamento e queimação nas mãos, pés e rosto
- Dor nos olhos
- Febre baixa
- Problemas de visão
Outros sintomas possíveis incluem:
- Espasmos musculares
- Erupções cutâneas
- Aftas
- Depressão
- Altos níveis de estresse
- Dizer palavras incorretamente
- Zumbido no ouvido
- Sintomas extremos da tensão pré-menstrual (TPM)
- Falta de desejo sexual ou impotência sexual
- Perda de cabelo
- Mudanças de peso inexplicáveis
- Dor no peito
- Paralisia
- Desorientação espacial
- Dificuldade em caminhar
- Dificuldade em articular a língua para formar palavras
Embora exercícios aeróbicos vigorosos sejam bons para a maioria das doenças crônicas, as pessoas com síndrome da fadiga crônica não toleram essas rotinas de exercícios.
A gravidade dos sintomas pode variar de um dia para o outro, ou mesmo dentro de um dia.
Os sintomas às vezes podem até desaparecer completamente, o que é conhecido como remissão. No entanto, ainda é possível que os sintomas voltem mais tarde, o que é conhecido como uma recaída.
Esse ciclo de remissão e recaída pode dificultar o controle dos sintomas, mas é possível.
Os sintomas da síndrome da fadiga crônica são semelhantes aos sintomas de algumas outras doenças, por isso é importante procurar um médico para obter um diagnóstico correto.
Cansaço extremo (fadiga)
Como já dito, o principal sintoma é o cansaço físico e mental extremo (fadiga) que não desaparece com o repouso ou o sono. Essa fadiga dificulta a realização de tarefas e atividades cotidianas.
A maioria das pessoas descreve sua fadiga como esmagadora e um tipo de cansaço diferente do que experimentaram antes.
Gravidade dos sintomas
A maioria dos casos é leve ou moderada, mas até uma em cada quatro pessoas apresenta sintomas graves.
- leve – a pessoa é capaz de realizar atividades diárias, como trabalho, estudos ou tarefas domésticas, mas com dificuldade; ela pode precisar desistir de passatempos ou atividades sociais para que possa descansar no tempo livre
- moderado – a pessoa pode ter dificuldade em se deslocar facilmente e problemas para realizar atividades diárias; talvez não consiga trabalhar ou estudar e pode precisar descansar com freqüência. Também pode ter problemas para dormir à noite
- grave – a pessoa só consegue fazer tarefas diárias muito básicas, como escovar os dentes; ela pode passar o dia na cama e precisar de uma cadeira de rodas para se locomover. Também pode ter dificuldade em se concentrar, ser sensível ao ruído e à luz, e demorar muito para se recuperar depois de atividades envolvendo esforço extra, como sair da casa ou conversar por longos períodos
Pode haver momentos em que os sintomas pioram.
Diagnóstico
Não há um teste específico para síndrome da fadiga crônica, por isso é diagnosticada com base em seus sintomas e descartando outras condições que poderiam estar causando esses mesmos sintomas.
Deve ser avaliada principalmente a possibilidade de ser anemia, hipotireoidismo ou problemas de coração, pulmão, fígado e rim.
Diretrizes para o diagnóstico de síndrome da fadiga crônica
Deve-se considerar o diagnóstico de síndrome da fadiga crônica se o paciente tiver um cansaço extremo que não pode ser explicado por outras causas e também se esse cansaço:
- Começou recentemente, durou muito tempo, ou continua voltando
- Impede ou dificulta de fazer as coisas que a pessoa costumava fazer
- Piora após a atividade ou exercício suave, como uma curta caminhada
O diagnóstico deve ser confirmado por um médico depois que outras condições foram descartadas e se os sintomas duraram pelo menos:
- Seis meses em um adulto
- três meses em uma criança ou jovem
Descartar outras causas potenciais de sua fadiga é uma parte fundamental do processo de diagnóstico. Algumas condições com sintomas semelhantes incluem:
- Mononucleose
- Doença de Lyme
- Esclerose múltipla
- Lúpus eritematoso sistêmico
- Hipotireoidismo
- Fibromialgia
- Transtorno depressivo maior
- Obesidade severa
- Distúrbios do sono
Tratamento
O tratamento da síndrome da fadiga crônica visa aliviar os sintomas, pois não há exatamente uma cura.
O tratamento dependerá de como a pessoa é afetada podem incluir:
- Terapia comportamental cognitiva
- Um programa estruturado com exercícios graduados
- Gerenciamento de atividades
- Medicação para controlar dor, náuseas e insônia
- Mudanças de estilo de vida
A maioria das pessoas com síndrome da fadiga crônica melhora com o tempo, embora algumas pessoas não tenham uma recuperação completa.
Também é provável que haja períodos em que os sintomas melhorem ou piorem.
Crianças e jovens são mais propensos a se recuperar completamente.
Terapia comportamental cognitiva
A terapia comportamental cognitiva pode ajuda a pessoa a gerenciar a síndrome da fadiga crônica mudando a maneira como ela pensa e se comporta.
Assim, a pessoa consegue:
- Aceitar o seu diagnóstico
- Sentir-se mais no controle de seus sintomas
- Evitar os sentimentos que podem dificultar que seus sintomas melhorem
- Obter uma melhor compreensão de como seu comportamento pode afetar a condição
Terapia com exercícios graduados
Terapia com exercícios graduados é um programa de exercícios estruturados que visa aumentar gradualmente quanto tempo a pessoa consegue realizar uma atividade física.
Geralmente envolve exercícios que aumentam a frequência cardíaca, como nadar, caminhar ou correr.
Depois de descobrir o que a pessoa já pode fazer confortavelmente, o tempo que ela exercita e a intensidade aumentará gradualmente.
Como parte do programa de exercícios, a pessoa e seu terapeuta estabelecerão metas. Pode demorar semanas, meses ou mesmo anos para que a pessoa alcance esses objetivos, mas é importante não forçar além do possível.
Gerenciamento de atividades
O gerenciamento de atividades envolve a definição de metas individuais e o aumento gradual de seus níveis de atividade.
A pessoa pode ser solicitada a manter um diário de sua atividade atual e períodos de descanso para estabelecer sua linha de base. As atividades podem então ser aumentadas gradualmente de uma maneira que ela consiga gerenciar.
Medicação
Não há medicação específica para o tratamento, mas a medicação pode ser usada para aliviar alguns dos sintomas.
Os analgésicos de venda livre podem ajudar a aliviar as dores de cabeça, bem como a dor muscular e articular.
Os antidepressivos podem ser úteis para pessoas com com problemas para dormir. A amitriptilina é um antidepressivo que pode ser prescrito para ajudar a aliviar a dor muscular e induzir o sono à noite.
Mudanças de estilo de vida
Além dos tratamentos acima, fazer mudanças de estilo de vida também pode ajudar.
Dieta e suplementos
É importante que a pessoa se alimente regularmente e tenha uma dieta saudável e equilibrada.
As dietas que excluem determinados tipos de alimentos não são recomendadas.
Também há evidências insuficientes para recomendar suplementos, como vitamina B12, vitamina C , magnésio ou co-enzima Q10.
Limitar ou eliminar a ingestão de cafeína pode ajudar a dormir melhor e a aliviar a insônia. Também deve-se limitar ou evitar a nicotina e o álcool.
Dormir, descansar e relaxar
A pessoa pode ter problemas de sono que pioram a fadiga crônica. Por exemplo:
- insônia
- ter sono agitado
- precisar de uma quantidade maior de horas de sono para se recuperar
- dormir durante o dia e ficar acordado à noite
A pessoa deve estabelecer um padrão de sono regular. Muito sono geralmente não melhora os sintomas, e dormir durante o dia pode impedir a pessoa de dormir de noite. Também é importante crie uma rotina de sono: ir para a cama à mesma hora todas as noites e tentar acordar por volta da mesma hora todos os dias.
Na maioria das pessoa é ideal evitar cochilar durante o dia, pois prejudica a capacidade de dormir à noite. Se precisar descansar durante o dia, a pessoa deve limitar cada período de repouso a 30 minutos e fazer técnicas de relaxamento, como exercícios de respiração.
Medicina alternativa
Acupuntura, tai chi, ioga e massagem podem ajudar a aliviar a dor associada à síndrome da fadiga crônica.