Câncer de testículo
Felizmente não é um tumor comum, além de ser um dos tumores malignos com maior chance de cura.
Mas não é por isso que se deve negligenciar.
O câncer de testículo tende a afetar homens entre 20 e 35 anos de idade, embora possa surgir em homens mais jovens ou mais velhos.
A maioria dos homens fica totalmente curada, particularmente se o câncer for diagnosticado precocemente. Neste caso, a chance de cura é de 99%.
O tratamento geralmente envolve cirurgia para remover o testículo afetado.
Quimioterapia e radioterapia também podem ser recomendadas.
Como acontece o câncer testicular
Os testículos estão dentro da bolsa escrotal e produzem espermatozoides e o hormônio testosterona. Conheça os testículos!
No câncer testicular, as células de um dos testículos começam a crescer anormalmente e fora de controle.
O tumor pode se espalhar para os nódulos linfáticos no abdome ou, mais raramente, para outros órgãos através da corrente sanguínea ou do sistema linfático.
Se o câncer testicular se espalhar para outras partes do corpo, ele pode formar metástases, que são tumores secundários.
O câncer de testículo afeta mais frequentemente apenas um testículo, mas raramente pode afetar ambos.
Para cada 100 homens tratados para câncer testicular em um testículo, dois terão câncer no outro em algum momento no futuro.
Tipos de câncer testicular
Há basicamente dois tipos de câncer dos testículos, o de células germinativas e o de estroma, ambos com subtipos.
As célula germinativas são as que produzem espermatozoides.
O estroma são tecidos produtores de hormônios.
Mais de nove em cada dez tumores malignos no testículo se desenvolvem a partir das células germinativas.
Existem dois subtipos principais do tumor de células germinativa:
- Seminomas
- Não-seminomas
Os seminomas representam 50% dos casos, costumam ter crescimento lento e responder bem ao tratamento.
Muito raramente, outro tipo de câncer chamado linfoma pode se desenvolver nos testículos.
O linfoma é um tumor maligno do tecido linfático e é o câncer mais comum encontrado nos testículos em homens com mais de 50 anos.
Fatores de risco
Ainda não se sabe ao certo porque um homem desenvolve este tumor maligno. Porém, estão identificados alguns fatores de risco.
- Criptorquidia: é o nome que se dá a não descida do testículo do abdome para a bolsa escrotal antes do nascimento. Mesmo tendo descido depois, espontaneamente ou por cirurgia, é o fator de risco mais importante (3 vezes mais chance). Se não corrigido até os 13 anos de idade, pode ser até seis vezes mais chances de desenvolver câncer testicular.
- Ter tido câncer testicular no outro testículo anteriormente
- Ter um irmão ou pai que teve câncer de testículo
- Ter problemas de fertilidade e esperma de baixa qualidade
- Ser HIV positivo
- Uso de esteroides anabolizantes
Os homens de pele branca têm câncer testicular com mais frequência do que os homens de outros grupos étnicos, mas ninguém sabe porquê.
Vasectomia, andar a cavalo, praticar ciclismo e trauma nos testículos não aumentam o risco.
Sintomas
O sintoma mais comum é um inchaço ou um caroço duro no testículo que geralmente é indolor.
Outros sintomas podem incluir:
- Sensação de “puxar” ou sensação de peso na bolsa escrotal
- Dor contínua, sem grande intensidade, difícil de localizar, na virilha ou na parte inferior do abdome
- Dor ou desconforto no testículo ou na bolsa escrotal
- Coleção líquida na bolsa escrotal (chamado hidrocele)
Se o câncer estiver em um estágio mais avançado, podem surgir:
- Dor nas costas
- Tosse ou falta de ar
- Crescimento das mamas (ginecomastia)
- Perda do desejo sexual
- Crescimento de pelos no rosto ou corpo cedo demais em meninos
É importante que o homem examine regularmente os seus testículos a fim de perceber precocemente qualquer alteração.
Quanto mais cedo for diagnosticado o câncer testicular, melhores serão as chances de cura.
Diagnóstico
A melhor forma de fazer o diagnóstico precoce é cada homem conhecer bom os seus testículos e examiná-los regularmente.
O primeiro a perceber a doença geralmente é o próprio homem.
Ao exame físico, o médico perceberá o tumor e poderá solicitar:
- Ultrassonografia da bolsa escrotal
- Exames de sangue para dosagem de marcadores tumorais, como gonadotrofina coriônica (beta-HCG), alfafetoproteína e desidrogenase lática (DHL)
O diagnóstico de certeza é realizado pela avaliação histopatológica de uma amostra do tumor retirada por biópsia do testículo.
Em outros tipos de câncer, na biópsia retira-se apenas um pequeno fragmento do tecido. No entanto, no câncer testicular, todo o testículo afetado é geralmente removido em uma operação chamada orquiectomia.
Isso ocorre porque o risco de o câncer se espalhar é muito alto com o corte do tumor para a retirada de um fragmento.
Tratamento
O tratamento para geralmente é muito bem sucedido.
O tratamento depende do tipo de câncer e até onde ele se espalhou.
Cirurgia
O principal tratamento para o câncer de testículo é a cirurgia para remover o testículo afetado (se ele já não foi removido durante o diagnóstico).
Se o diagnostico foi precoce, a cirurgia pode ser o único tratamento necessário.
Tratamentos não cirúrgicos
Quimioterapia
A quimioterapia usa medicamentos para destruir as células cancerígenas.
É geralmente usada no câncer testicular quando o tumor se espalhou para fora do testículo ou apresentou recidiva após a cirurgia.
A quimioterapia pode, em alguns casos, ser indicada após a cirurgia para reduzir a chance de o câncer retornar no futuro.
Radioterapia
A radioterapia usa radiação para matar células cancerígenas.
A radioterapia é usada principalmente para tratar cânceres testiculares que são seminomas, pois são muito sensíveis à radiação.
A radioterapia também pode ser indicada após a cirurgia para prevenir o retorno do câncer ou para tratar qualquer célula cancerígena que tenha se espalhado pelo região.
Depois do tratamento
Mesmo em casos considerados curados, o acompanhamento deve ocorrer devido ao risco de recidiva ou de desenvolvimento de câncer no outro testículo.
Pode ser necessária a reposição de testosterona, se o nível no sangue ficar reduzido após a retirada do testículo doente.
A fim de manter a aparência normal, pode-se colocar um testículo artificial (uma prótese) na bolsa escrotal.
A retirada de um testículo não torna o homem infértil ou impotente, já que o outro testículo continua funcionante.
E o que acontece se ocorrer câncer nos dois testículos?
Muito poucos homens desenvolvem câncer em ambos os testículos.
No entanto, se isso acontecer, será necessário remover ambos os testículos.
Numa situação destas, será importante fazer a terapia de reposição de testosterona.
Infertilidade e disfunção erétil (impotência)
Como são os testículos que produzem os espermatozoides e também produzem o hormônio testosterona, depois de ter ambos os testículos removidos, o homem ficará infértil e poderá ter disfunção erétil.
O homem que deseja ter filhos no futuro, pode fazer a coleta e congelamento de espermatozoides antes do tratamento.
Quanto à possibilidade de impotência sexual, a manutenção da capacidade de ereção e do desejo sexual será normalizada pela terapia de reposição de testosterona.