Intoxicação alimentar: sintomas, tratamento e prevenção

Intoxicação alimentar: sintomas, tratamento e prevenção

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O que é intoxicação alimentar

A intoxicação alimentar é uma condição causada pela ingestão de alimentos  ou bebidas contaminadas.

Organismos infecciosos – incluindo bactérias, vírus e parasitas – ou suas toxinas são as causas mais comuns de intoxicação alimentar.

Organismos infecciosos ou suas toxinas podem contaminar os alimentos em qualquer ponto do processamento ou produção.

A contaminação também pode ocorrer em casa se os alimentos forem manuseados ou cozidos incorretamente.

Os sintomas de intoxicação alimentar, que podem começar algumas horas após a ingestão de alimentos contaminados, geralmente incluem náusea, vômito ou diarreia.

Na maioria das vezes, a intoxicação alimentar é leve e desaparece sem tratamento. Mas algumas pessoas precisam ir ao hospital e até correm risco de morrer.

Intoxicação alimentar é diferente de alergia alimentar.

A alergia alimentar acontece por uma reação do corpo ao agente causador, que geralmente não é um microorganismo, mas uma proteína de algum alimento.

Na intoxicação alimentar, como dito acima, um microorganismo ou sua toxina agridem o corpo, gerando os sintomas.

Sintomas da intoxicação alimentar

Os sintomas variam de acordo com o agente contaminante.

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A maioria dos tipos de intoxicação alimentar causa um ou mais dos seguintes sinais e sintomas:

  • Náusea
  • Vômito
  • Diarreia aquosa ou com sangue
  • Dor abdominal, geralmente tipo cólica
  • Febre

Os sinais e sintomas podem começar algumas horas após a ingestão do alimento contaminado, ou podem começar dias ou até semanas depois.

IntoxicaÇÃo alimentar: causas, sintomas e prevenção

Quanto tempo dura uma intoxicação alimentar

A doença causada por intoxicação alimentar geralmente se inicia poucas horas após a ingestão, mas podem surgir até após 48 horas.

O ciclo da doença, até que o corpo consiga eliminar e se recuperar, dura de 2 dias até 2 semanas.

Gravidade da intoxicação alimentar

A intoxicação alimentar pode ser uma doença leve ou grave a ponto de levar à morte.

Os sinais de gravidade são:

  • Episódios frequentes de vômitos
  • Vômito com sangue ou fezes
  • Diarreia por mais de três dias
  • Fezes com sangue
  • Dor extrema ou cólicas abdominais graves
  • Febre acima de 38 C
  • Sinais ou sintomas de desidratação – sede excessiva, boca seca, redução da quantidade e frequência da urina, fraqueza extrema, tontura ou desmaio
  • Sintomas neurológicos como visão embaçada, fraqueza muscular e formigamento nos braços

Causas

A contaminação de alimentos pode ocorrer em qualquer ponto da produção: cultivo, colheita, processamento, armazenamento, expedição ou preparação.IntoxicaÇÃo alimentar: causas, sintomas e prevenção

Isso é especialmente problemático para alimentos crus e prontos para o consumo, como saladas ou outros produtos.

Como esses alimentos não são cozidos, os organismos prejudiciais não são destruídos antes da ingestão e podem causar intoxicação alimentar.

Muitos agentes bacterianos, virais ou parasitários causam intoxicação alimentar.

A tabela a seguir mostra alguns dos possíveis contaminantes, os alimentos afetados e as características de cada.

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Fatores de risco

O quanto a pessoa será afetada depois de comer alimentos contaminados, depende do organismo, da quantidade de exposição, da idade e da sua saúde.

Grupos de alto risco incluem:

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  • Idosos: À medida que se envelhece, o sistema imunológico pode não responder de maneira tão rápida e eficaz aos organismos infecciosos.
  • Mulheres grávidas: Durante a gravidez, alterações no metabolismo e na circulação podem aumentar o risco de intoxicação alimentar. A reação pode ser mais grave durante a gravidez. Raramente, o bebê também pode ficar doente. Veja artigo sobre alimentos proibidos na gravidez.IntoxicaÇÃo alimentar: causas, sintomas e prevenção
  • Bebês e crianças pequenas: Como o sistema imunológico não se desenvolveu completamente, estes podem ser mais suscetíveis a complicações.
  • Pessoas com doenças crônicas: Ter uma condição crônica – como diabetes, doença hepática ou AIDS – ou receber quimioterapia ou radioterapia para câncer reduz a resposta imune.

Diagnóstico

A intoxicação alimentar geralmente é diagnosticada com base em uma história detalhada, incluindo o tempo que a pessoa está doente, os sintomas e alimentos específicos que comeu.

Dependendo do sintomas e histórico de saúde, o médico pode realizar testes de diagnóstico, como exames de sangue, cultura de fezes ou exame de parasitas, para identificar a causa e confirmar o diagnóstico.

Em alguns casos, a causa da intoxicação alimentar não pode ser identificada.

Tratamento da intoxicação alimentar

O tratamento para intoxicação alimentar geralmente depende da fonte da doença, se conhecida, e da gravidade dos sintomas.

Para a maioria das pessoas, a doença desaparece sem tratamento dentro de alguns dias, embora alguns tipos de intoxicação alimentar possam durar mais tempo.

Antibióticos podem ser usados, de acordo com o agente causador.

Vômitos e diarreia são formas de o corpo eliminar os microorganismos. Portanto, não se deve tomar medicamentos para prender o intestino.

No caso de diarreia, os probióticos repositores da flora intestinal, como Enterogermina ou Repoflor, são úteis para reorganizar o funcionamento do intestino. E para os vômitos, um anti-emético como bromoprida ou ondansetrona que tem disponível sublingual.

É muito importante manter uma boa hidratação. Se por via oral, a sugestão é a ingestão de água de côco, chás e isotônicos, mas em pequenas quantidades e com maior frequência.

Para facilitar a ingesta de líquidos, uma opção é comer gelatina.

O soro de hidratação via oral vendido em farmácias pode ser necessário para repor os eletrólitos perdidos. Uma dica para ficar mais suportável é misturar o pó na água que prepara a gelatina e, assim, tomar o soro como gelatina. A gelatina vai ficar levemente salgada, mas ainda vai estar saborosa.

Não se deve ter pressa em ingerir alimentos sólidos que exigem maior esforço do organismo para a digestão. Geralmente o corpo avisa quando será possível incrementar a consistência dos alimentos, pois na maioria das vezes não há fome enquanto o corpo está inabilitado.

A ingestão de líquidos é mais importante que a ingestão de comida.

Em casos de desidratação mais grave e de impossibilidade de infesta por via oral, a hidratação com soro intravenoso é indicada.

Complicações da intoxicação alimentar

A complicação grave mais comum da intoxicação alimentar é a desidratação devido à diarreia e vômitos

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Bebês, idosos e pessoas com sistema imunológico deprimido ou doenças crônicas podem ficar severamente desidratadas quando perdem mais líquidos do que podem ingerir.

Nesse caso, a pessoa pode ter que ser hospitalizada para receber líquidos intravenosos. Em casos extremos, a desidratação pode ser fatal.

Alguns tipos de intoxicação alimentar têm complicações potencialmente graves para certas pessoas. Esses incluem:

  • Listeria monocytogenes. As complicações de uma intoxicação alimentar por listeria, durante a gestação, podem ser mais graves para o feto. No início da gravidez, uma infecção por listeria pode levar ao aborto. Mais tarde na gravidez, uma infecção por listeria pode levar a natimortos, parto prematuro ou uma infecção potencialmente fatal no bebê após o nascimento – mesmo que a mãe esteja relativamente bem. Os bebês que sobrevivem a uma infecção por listeria podem sofrer danos neurológicos a longo prazo e atraso no desenvolvimento.
  • Escherichia coli (E. coli)Certas cepas de E. coli podem causar uma complicação grave chamada síndrome hemolítica urêmica. Essa síndrome danifica o revestimento dos pequenos vasos sanguíneos nos rins, às vezes levando à insuficiência renal. Idosos, crianças menores de 5 anos e pessoas com sistema imunológico enfraquecido têm maior risco de desenvolver essa complicação. Um sinal de intoxicação por este patógeno é diarreia profusa ou com sangue.

Recuperação de uma intoxicação alimementar

A intoxicação alimentar geralmente melhora sem tratamento dentro de 48 horas.

Para ajudar a melhorar o mal-estar e evitar a desidratação durante a recuperação, deve-se:

  • Deixar o estômago descansar. Pare de comer e beber por algumas horas, enquanto estiver com náuseas.
  • Voltar a comer gradualmente. Comece a comer alimentos leves, com baixo teor de gordura e fáceis de digerir, como biscoitos, torradas, gelatina, banana e arroz. Pare de comer se a náusea retornar.
  • Evitar certos alimentos e substâncias até melhorar o mal-estar. Isso inclui laticínios, cafeína, álcool, nicotina e alimentos gordurosos ou altamente temperados.
  • Descansar. A doença e a desidratação podem causar fraqueza.
  • Beber grande quantidade de líquidos, se tolerar. Podendo ser fluido de reidratação oral (Pedialyte e outros). Se não tolerar, tente chupar pedaços de gelo ou tomar pequenos goles de água. Refrigerante, água de côco ou hidrotônicos, como o Gatorade, podem ser bem aceitos. Observe a cor da urina, ela deve estar clara e limpa e não turva ou escura. A hidratação do corpo é fundamental!

O que comer para se recuperar

  • Chás com ou sem açúcar, mas evite o café que pode agredir a mucosa gástrica mas sem cafeína. Chá preto, o chá mate e  chá verde contêm cafeína, mas podem ser tolerados com moderação;
  • Mingau de maisena com leite sem lactose, pois a produção de lactase fica prejudicada e ingerir leite pode piorar a diarreia;
  • Frutas como pêra e maçã sem casca, banana e goiaba;
  • Chuchu, cenoura e batata cozidos;
  • Arroz branco ou macarrão sem molhos ou gorduras;
  • Frango ou peru grelhado ou cozido;
  • Pão branco, torrada e biscoitos maisena e água e sal.

Com os ingredientes acima uma canja de galinha sem gordura ou uma sopa de legumes, um purê de batatas ou de cenoura, por exemplo. A criatividade pode ajudar a diversificar as refeições.

Alimentos de difícil digestão, como feijão, carnes vermelhas, peixes gordurosos, leite integral, ovos, repolho, tomate, alface e couve devem ser evitados até que haja a recuperação total.

Prevenção

Para evitar intoxicação alimentar em casa:

  • Lave as mãos, os utensílios e as superfícies onde ficam os alimentos com frequência. Lave bem as mãos com água e sabão antes e depois de manusear ou preparar alimentos. Use água e sabão para lavar utensílios, tábuas de corte e outras superfícies usadas.
  • Mantenha os alimentos crus separados dos alimentos prontos para consumo. Ao fazer compras, preparar ou armazenar alimentos, mantenha a carne crua, aves, peixes e mariscos longe de outros alimentos. Isso evita a contaminação cruzada.
  • Cozinhe os alimentos a uma temperatura segura. A melhor maneira de saber se os alimentos são cozidos a uma temperatura segura é usar um termômetro de alimentos. Você pode matar organismos prejudiciais na maioria dos alimentos, cozinhando-os na temperatura certa. Cozinhe a carne moída 71,1 C; bifes, assados ​​e costeletas, como cordeiro, porco e vitela, a pelo menos 62,8 C. Cozinhe o frango e outras aves a 73,9 C. Certifique-se de que o peixe e o marisco estejam bem cozidos.
  • Leve à geladeira ou congele alimentos perecíveis imediatamente – dentro de duas horas após a compra ou preparação. Se a temperatura ambiente estiver acima de 32,2 ° C, leve à geladeira alimentos perecíveis em uma hora.
  • Descongele os alimentos com segurança. Não descongele os alimentos à temperatura ambiente. A maneira mais segura de descongelar os alimentos é descongelar na geladeira. Se for usado microondas para descongelar alimentos congelados usando a configuração “degelo” ou “50% de potência”, estes devem se cozidos imediatamente.
  • Jogue fora quando estiver em dúvida. Se você não tiver certeza se um alimento foi preparado, servido ou armazenado com segurança, descarte-o. Os alimentos deixados em temperatura ambiente por muito tempo podem conter bactérias ou toxinas que podem não ser destruídas pelo cozimento. Não prove comida que você não tem certeza se está boa para consumo – apenas jogue fora. Mesmo que pareça e cheire bem, pode não ser seguro comer.IntoxicaÇÃo alimentar: causas, sintomas e prevenção

A intoxicação alimentar é especialmente grave e potencialmente fatal para crianças pequenas, mulheres grávidas e seus fetos, idosos e pessoas com sistema imunológico enfraquecido.

Esses indivíduos devem tomar precauções extras, evitando os seguintes alimentos:

  • Carnes e aves cruas
  • Peixes ou mariscos crus ou mal cozidos, incluindo ostras e mexilhões
  • Ovos crus ou mal cozidos (nada de gema mole!) ou alimentos que possam contê-los, como massa de biscoito e sorvete caseiro
  • Brotos brutos, como brotos de alfafa, feijão, trevo e rabanete
  • Sumos e sidras não pasteurizados
  • Leite não pasteurizado (fresco) e produtos lácteos
  • Queijos macios, como queijo feta, briê e camembert; queijo com veias azuis; e queijo não pasteurizado
  • Patês refrigerados e pastas de carne
  • Cachorros-quentes (salsicha) não cozidos e carnes cruas (carpaccio)

Referências

O que É asma: causas, sintomas e tratamento