Endometriose: causas, riscos e sintomas

Endometriose: causas, sintomas e tratamento

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A endometriose afeta cerca de seis milhões de mulheres brasileiras.

Entre 10% a 15% de mulheres entre 13 e 45 anos podem desenvolver esta doença.

Os principais problemas da endometriose são dor e infertilidade.

Aproximadamente 20% das mulheres têm apenas dor, 60% têm dor e infertilidade, e 20% apenas infertilidade.

O que é endometriose?

A endometriose é um distúrbio frequentemente doloroso, no qual tecidos semelhantes ao tecido que normalmente reveste o interior do útero – o endométrio – crescem fora do útero.

A endometriose geralmente se desenvolve nos ovários, trompas de Falópio e na pelve (a parte inferior do abdome).

Raramente, o tecido endometrial pode se espalhar para além dos órgãos pélvicos.

Por que a endometriose causa dor?

Com a endometriose, esse tecido semelhante ao endométrio age como o tecido endometrial – ele engrossa, descola e sangra a cada ciclo menstrual.

Mas como esse tecido não tem como sair do seu corpo, já que ele não está dentro do útero, ele fica preso.

Ou seja, na menstruação, o endométrio normal que está dentro do útero descola e sai com o sangramento pelo canal vaginal, mas o tecido da endometriose está fora do útero e não pode sair pela vagina.

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A endometriose pode causar dor – às vezes intensa – especialmente durante os períodos menstruais.

A dor acontece porque o tecido da endometriose, quando cai na cavidade abdominal, causa dor.

Endometriose: causas, riscos e sintomas

Causas da endometriose

Embora não se conheça a causa exata, as possíveis explicações incluem:

Menstruação retrógrada

Na menstruação retrógrada, isto é, “para trás”, o sangue menstrual contendo células endometriais flui de volta através das trompas de Falópio indo para a cavidade pélvica em vez de para fora do corpo pela vagina. Essas células endometriais aderem às superfícies dos órgãos pélvicos, onde crescem e continuam a engrossar e sangrar ao longo de cada ciclo menstrual.

Transformação de células peritoneais

Também conhecida como “teoria da indução” propõe que hormônios ou fatores imunológicos promovem a transformação de células peritoneais em células do tipo endometrial.

Transformação celular embrionária

Esta teoria propõe que hormônios, como o estrogênio, podem transformar células embrionárias em implantes celulares do tipo endometrial durante a puberdade.

Implantação de cicatriz cirúrgica

Nesta causa, após uma cirurgia, como uma histerectomia (retirada do útero) ou cesariana, as células endometriais poderiam se “grudar”ao corte da cirurgia.

Transporte de células endometriais

A hipótese aqui seria o transporte de células endometriais para outras partes do corpo através dos vasos sanguíneos ou pelo sistema linfático.

Desordem do sistema imunológico

Um problema com o sistema imunológico poderia tornar o corpo incapaz de reconhecer e destruir o tecido endometrial que cresceria fora do útero.Endometriose: causas, riscos e sintomas

Fatores de risco

Há alguns fatores de risco conhecidos para uma mulher de desenvolver endometriose, como:

  • Não ter engravidado
  • Primeira menstruação muito cedo
  • Demora em chegar a menopausa
  • Ciclos menstruais curtos, ou seja, com menos de 27 dias
  • Períodos menstruais longos que duram mais de sete dias
  • Níveis mais altos de estrogênio no corpo ou uma maior exposição ao estrogênio ao longo da vida
  • Baixo índice de massa corporal
  • Um ou mais parentes (mãe, tia ou irmã) com endometriose
  • Qualquer condição médica que impeça a passagem normal do fluxo menstrual pelo canal vaginal
  • Outros problemas no aparelho reprodutor

A endometriose geralmente se desenvolve vários anos após o início da menstruação.

Os sinais e sintomas podem melhorar temporariamente com a gravidez e desaparecer completamente com a menopausa, a menos que a mulher esteja tomando estrogênio.

Sintomas da endometriose

O principal sintoma é a dor pélvica, frequentemente associada à menstruação.

Embora muitas mulheres sofram com cólicas durante o período menstrual, aquelas com endometriose geralmente descrevem a dor menstrual como muito pior que o normal.

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A dor também pode aumentar com o tempo.

As crise da endometriose começam geralmente com a primeira menstruação e costumam cessar com a menopausa. Embora comece na adolescência, o diagnóstico comumente só acontece por volta dos 30 anos de idade da mulher.

A gravidade da dor não é necessariamente um indicador confiável da extensão da condição.

Uma mulher pode ter endometriose leve com dor intensa ou endometriose avançada com pouca ou nenhuma dor.

Sinais e sintomas comuns incluem:

  • Cólica menstrual (dismenorreia): A dor e as cólicas podem começar antes e se estender por vários dias no período menstrual. As dores podem também ser na região lombar e abdominal;
  • Dor durante a relação sexual: Dor durante ou após a relação sexual com penetração é comum com endometriose;
  • Dor com evacuações ou ao urinar: É mais provável que aconteça esses sintomas durante o período menstrual;
  • Sangramento excessivo: Períodos menstruais “pesados” ​​ou sangramento entre os períodos (sangramento intermenstrual);
  • Dor difusa ou crônica na região pélvica;
  • Fadiga crônica;
  • Outros sinais e sintomas: Diarreia, constipação, inchaço ou náusea, especialmente durante os períodos menstruais.

Às vezes, a endometriose é confundida com outras condições que podem causar dor pélvica, como doença inflamatória pélvica (DIP) ou cistos ovarianos.

A endometriose também pode ser confundida com a síndrome do intestino irritável, uma condição que causa crises de diarreia, constipação e cólicas abdominais. A síndrome do intestino irritável pode acompanhar a endometriose, o que pode complicar o diagnóstico.

Endometriose: causas, riscos e sintomas

Diagnóstico

Para diagnosticar endometriose, o primeiro passo é conhecer as características dos sintomas, a história da doença.

Verificado se os sintomas são compatíveis, como dor no período menstrual, por exemplo, o exame físico e exames complementares serão realizados.

O exame clínico

Durante um exame clínico pélvico, o médico sente manualmente (palpa) áreas da pelve para avaliar se há anormalidades, como cistos nos órgãos reprodutivos ou cicatrizes atrás do útero.

Muitas vezes, não é possível sentir pequenas áreas de endometriose, a menos que causem a formação de um cisto.

Exames complementares

Ultrassom ou ecografia

Este exame utiliza ondas sonoras de alta frequência para criar imagens do interior do corpo, conforme o eco que estas ondas fazem ao “baterem” nas superfícies dos órgãos e estruturas internas.

Para capturar as imagens, um dispositivo chamado transdutor é pressionado contra o abdome ou inserido na vagina (ultrassonografia transvaginal).

Ambos os tipos de ultrassom podem ser realizados para obter a melhor visualização dos órgãos do aparelho reprodutor, sendo que o ultrassom transvaginal, por chegar mais perto dos órgãos internos, tem visualização melhor.

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Um teste padrão de imagem por ultrassom não informa definitivamente ao médico se a mulher tem endometriose, mas pode identificar cistos associados à endometriose (endometriomas).

Os endometriomas são cistos formados quando a endometriose envolve os ovários.

Ressonância magnética (RM)

A ressonância magnética é um exame que usa um campo magnético e ondas de rádio para criar imagens detalhadas dos órgãos e tecidos dentro do corpo.

Este exame tem maior sensibilidade  e especificidade e ajuda o médico no planejamento cirúrgico, fornecendo informações detalhadas sobre a localização e o tamanho dos implantes endometriais.

Laparoscopia

Em alguns casos, a própria cirurgia é o exame, sendo assim chamada de laparoscopia exploradora.

Geralmente realizada por vídeo, a vídeo-laparoscopia é feita por uma pequena incisão perto do umbigo, onde o médico insere um instrumento de visualização, o laparoscópio, que procura sinais de tecido endometrial fora do útero.

Uma vídeo-laparoscopia pode fornecer informações sobre a localização, extensão e tamanho dos implantes endometriais.

Frequentemente, neste procedimento, o médico tenta tratar completamente a endometriose para não ter que fazer uma nova cirurgia.

Endometriose: diagnóstico e tratamento

Outros exames:

Para identificar a existência da endometriose, outros exames complementares ainda podem ser solicitados pelo médico, como a ultrassonografia transretal, a ecoendoscopia retal e a tomografia computadorizada.

Estágios da endometriose

Definido o diagnóstico de endometriose, cabe definir o estágio da doença para que o tratamento adequado seja realizado.

A endometriose tem quatro estágios:

  • I: Mínimo
  • II: Leve
  • III: Moderado
  • IV: Grave

Diferentes fatores determinam o estágio do distúrbio. Esses fatores podem incluir a localização, número, tamanho e profundidade dos implantes endometriais.

Estágio I: Mínimo

Na endometriose mínima, há pequenas lesões ou feridas e implantes endometriais superficiais no ovário. Também pode haver inflamação na cavidade pélvica ou ao redor dela.

Estágio II: Leve

A endometriose leve envolve lesões leves e implantes superficiais no ovário e no revestimento pélvico.

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Estágio III: Moderado

A endometriose moderada envolve a presença de implantes profundos no ovário e no revestimento pélvico, como também de pequenos endometriomas. Também pode haver mais lesões e aderências membranosas.

Estágio IV: Grave

O estágio mais grave da endometriose envolve múltiplos implantes profundos no revestimento pélvico e nos ovários. Há grandes endometriomas. Também pode haver lesões nas trompas de Falópio e no intestino, com diversas aderências densas.Endometriose: diagnóstico e tratamento

Complicações

A presença do tecido da endometriose nos órgãos dentro da cavidade abdominal, além da dor, podem causar outras complicações.

Endometriose no ovário

Quando a endometriose envolve os ovários, podem ocorrer cistos chamados endometriomas.

Endometriose intestinal

A endometriose intestinal acontece quando o tecido da endometriose começa a crescer nas paredes externas do intestino. Esse tecido aderido no intestino pode causar alguns problemas como:

  • Alteração na motilidade intestinal que tem como consequência: cólica, diarreia ou constipação;
  • Aderência entre as alças intestinais que pode levar dificuldade de progressão do conteúdo intestinal e até oclusão intestinal.

Essa aderência pode tingir órgãos pélvicos.

Infertilidade

A principal complicação da endometriose é a infertilidade.

Às vezes, a endometriose é diagnosticada pela primeira vez naquelas mulheres que procuram tratamento para infertilidade.

Para que a gravidez ocorra, um óvulo deve ser liberado de um ovário, viajar através das trompas de Falópio, ser fertilizado por um espermatozoide e anexar-se à parede uterina para iniciar o desenvolvimento.

A endometriose pode obstruir a trompa de Falópio e impedir que o óvulo e o espermatozoide se encontrem.

Mas a condição também parece afetar a fertilidade de maneiras menos diretas, como danificando o espermatozoide ou o óvulo.

Câncer

As mulheres com endometriose têm maior risco de desenvolver câncer de ovário, embora esse risco ainda é relativamente baixo, já que o tumor de ovário é pouco frequente, enquanto que a endometriose é uma doença comum.

Mas os endometriomas não viram câncer.

Endometriose pulmonar

A apresentação da endometriose fora da pelve é extremamente rara.

O sinal de endometriose pulmonar é a presença de tosse com secreção sanguinolenta.

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Tratamento da endometriose

O tratamento para endometriose geralmente envolve medicação ou cirurgia.

A abordagem escolhida dependerá da gravidade dos sinais e sintomas e se a mulher espera engravidar.

Os médicos geralmente recomendam a tentativa de abordagens de tratamento conservador primeiro, optando pela cirurgia se o tratamento inicial falhar.

Medicação para dor

Geralmente são recomendados os analgésicos de venda livre, como os anti-inflamatórios não esteróides (AINEs) – ibuprofeno ou naproxeno –  para ajudar a aliviar as cólicas menstruais.

Em alguns casos, pode ser recomendada a terapia hormonal em combinação com analgésicos, se a mulher não estiver tentando engravidar.

Terapia hormonal

Às vezes, os hormônios suplementares são eficazes na redução ou eliminação da dor da endometriose.

A ascensão e queda de hormônios durante o ciclo menstrual faz com que os implantes endometriais espessem, descolem e sangrem (assim é o ciclo menstrual).

A medicação hormonal pode retardar o crescimento do tecido endometrial e impedir novos implantes de tecido endometrial.

A terapia hormonal não é uma solução permanente para a endometriose.

É como encolher uma mola: se para a medicação, o problema volta.

As terapias usadas para tratar a endometriose incluem:

Contraceptivos hormonais

Pílulas anticoncepcionais, adesivos e anéis vaginais ajudam a controlar os hormônios responsáveis ​​pelo acúmulo de tecido endometrial a cada mês. Muitos têm fluxo menstrual mais leve e mais curto quando estão usando um contraceptivo hormonal. O uso de contraceptivos hormonais – especialmente os regimes de ciclo contínuo – pode reduzir ou eliminar a dor em alguns casos.

Agonistas e antagonistas do hormônio liberador de gonadotrofina (Gn-RH)

Esses medicamentos bloqueiam a produção de hormônios estimuladores do ovário, diminuindo os níveis de estrogênio e impedindo a menstruação. Isso faz com que o tecido endometrial encolha. Como esses medicamentos criam uma menopausa artificial, tomar uma dose baixa de estrogênio ou progestina junto com agonistas e antagonistas do Gn-RH pode diminuir os efeitos colaterais da menopausa, como ondas de calor, secura vaginal e perda óssea.

Terapia com progesterona

Uma variedade de terapias com progesterona, incluindo um dispositivo intra-uterino com levonorgestrel (Mirena), implante contraceptivo (Nexplanon), injeção contraceptiva (Depo-Provera) ou pílula de progesterona (Camila), pode interromper os períodos menstruais e o crescimento de implantes endometriais, pode aliviar os sinais e sintomas da endometriose.

Inibidores da aromatase

Os inibidores da aromatase são uma classe de medicamentos que reduzem a quantidade de estrogênio no corpo da mulher. O inibidor da aromatase pode ser prescrito  juntamente com um progestógeno ou contraceptivo hormonal para tratar a endometriose.

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Endometriose: diagnóstico e tratamento

Cirurgia conservadora

A mulher que tem endometriose e está tentando engravidar, a cirurgia para remover os implantes de endometriose, preservando o útero e os ovários (cirurgia conservadora), pode aumentar as chances de sucesso.

Se a mulher tiver dor intensa pela endometriose, também poderá se beneficiar da cirurgia – no entanto, a endometriose e a dor podem retornar.

O médico pode fazer esse procedimento por laparoscopia ou, menos comumente, por meio de cirurgia abdominal tradicional em casos mais extensos.

Mesmo em casos graves de endometriose, a maioria pode ser tratada com cirurgia vídeo-laparoscópica.

Tratamento de fertilidade

A endometriose pode levar a problemas para engravidar.

O tratamento da fertilidade varia desde estimular os ovários a produzir mais óvulos à fertilização in vitro.

O tratamento certo depende da causa.

Histerectomia com remoção dos ovários

A cirurgia para remover o útero (histerectomia) e ovários (ooforectomia) já foi considerada o tratamento mais eficaz para a endometriose.

Mas os especialistas em endometriose estão se afastando dessa abordagem, concentrando-se na remoção cuidadosa e completa de todo o tecido da endometriose.

A falta de hormônios produzidos pelos ovários pode melhorar a dor da endometriose para algumas mulheres, mas para outras, a endometriose que permanece após a cirurgia continua a causar sintomas.

E remover os ovários resulta em menopausa precoce.

A menopausa precoce também apresenta risco de doenças cardíacas e dos vasos sanguíneos (cardiovasculares), certas condições metabólicas e morte precoce.

Às vezes, a remoção do útero (histerectomia) pode ser usada para tratar sinais e sintomas associados à endometriose, como sangramento menstrual intenso e menstruação dolorosa devido às contrações uterinas, mas só é uma opção se a mulher não deseja mais engravidar.

Mesmo quando os ovários são deixados no lugar, uma histerectomia ainda pode ter um efeito a longo prazo na saúde, especialmente se realizada antes dos 35 anos.

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Tratamento alternativo

Calor e confortoEndometriose: diagnóstico e tratamento

O calor pode relaxar os músculos pélvicos, o que pode reduzir as cólicas e a dor.

Pode-se usar banhos quentes, bolsas de água quente ou almofadas de aquecimento para tratar as cólicas de maneira eficaz.

Estar confortável também será benéfico.

Corrente TENS (Transcutaneous Electrical Nerve Stimulation)

Endometriose: diagnóstico e tratamento

Os pulsos elétricos funcionam bloqueando a dor nos nervos e ajudando o corpo a produzir endorfinas que são analgésicos naturais que combatem a dor.

A corrente TENS é gerada em equipamentos portáteis vendidos na internet e em lojas de produtos hospitalares e de fisioterapia.

Mulheres grávidas ou com problemas cardíacos não devem usar.

Estilo de vida

A prática de atividade física, alimentação saudável e redução do estresse aumentam o limiar à dor.

Dúvidas frequentes

A endometriose tem cura?

A endometriose pode ser curada através da cirurgia, quando consegue retirar todo o tecido endometrial espalhado na região pélvica.

Em caasos mais graves, pode ser necessário retirar o útero e os ovários.

Endometriose engorda?

A endometriose pode provocar inchaço abdominal e retenção de líquidos.

Com isto, pode um aumento do volume abdominal, principalmente pélvico nos casos mais severos de endometriose, parecendo que a mulher está “gorda”.

Mas a endometriose não engorda.

Endometriose vira câncer?

A inflamação nos órgão afetados, somada a fatores genéticos, pode facilitar o desenvolvimento de células malignas neste órgãos.

Como dito acima, isso pode predispor a mulher ao câncer de ovário.

O que É asma: causas, sintomas e tratamento

Não há aumento de casos de câncer de útero em mulheres com endometriose.

Endometriose aumenta o risco de aborto?

Não, pois, assim como o endométrio na cavidade uterina não sangra durante a gravidez, o tecido da endometriose não sangra, causa dor ou altera o útero durante a gestação.

Quem tem endometriose pode tomar pílula anticoncepcional? Ou a pílula anticoncepcional causa a endometriose?

Não para as duas perguntas.

A pílula anticoncepcional é um dos tratamentos para a endometriose, como dito acima.

Referências

O que É asma: causas, sintomas e tratamento