Tópicos de Saúde é blog dedicado a expor de forma simples como cuidar da saúde e bem estar. Saúde da mulher, fitness, alimentação saudável e muito mais.
O fígado gorduroso também é conhecido como esteatose hepática. Acontece quando a gordura se acumula no fígado. O excesso de gordura no fígado pode causar inflamação, o que pode danificá-lo e criar cicatrizes. Em casos graves, essas cicatrizes pode levar a um mau funcionamento do fígado, ou seja, à insuficiência hepática.
Quando o fígado gorduroso se desenvolve em alguém que bebe muito álcool, essa condição é chamada de doença hepática gordurosa alcoólica.
Em alguém que não bebe muito álcool, a alteração fica conhecida como doença hepática gordurosa não alcoólica.
Sintomas da esteatose hepática não alcoólica
A esteatose hepática geralmente não causa sintomas perceptíveis. Quando isso acontece, os sintomas podem incluir cansaço e desconforto ou dor no lado superior direito do abdome.
Conforme a doença hepática gordurosa piora, o fígado vai sofrendo com inflamações, que, por sua vez, fazem cicatrizes neste órgão. A cicatriz hepática é conhecida como fibrose hepática. A ocorrência de fibrose hepática grave leva à cirrose. A cirrose, pode evoluir para insuficiência hepática e para a malignização, ou seja: câncer no fígado.
Os sinais e sintomas de cirrose incluem:
Inchaço abdominal (ascite)
Vasos sanguíneos aumentados logo abaixo da superfície da pele (telangiectasias)
Palmas das mãos avermelhadas
Tom amarelado da pele e dos olhos (icterícia)
Emagrecimento
Fraqueza
Aumento das mamas em homens (ginecomastia)
Causas do acúmulo de gordura no fígado
O fígado gorduroso se desenvolve quando o corpo produz muita gordura ou não a metaboliza de maneira eficiente. O excesso de gordura é armazenado nas células do fígado, onde se acumula e causa a doença do fígado gorduroso.
Não se sabe exatamente porque algumas pessoas acumulam gordura no fígado, enquanto outras não.
A ingestão excessiva de bebida alcoólica durante anos pode causar doença hepática gordurosa alcoólica. Na verdade, este é o primeiro estágio da doença hepática relacionada ao álcool.
Em pessoas sem história de consumo exagerado de álcool, a causa de gordura no fígado é menos clara.
A esteatose hepática não alcoólica está associada às seguintes condições:
Sobrepeso ou obesidade, principalmente quando a gordura está concentrada no abdome
Resistência à insulina, na qual as células do corpo não absorvem açúcar em resposta ao hormônio insulina
Esses problemas de saúde combinados parecem promover o depósito de gordura no fígado.
Esse excesso de gordura nas células do fígado atua como uma toxina no órgão, causando inflamação que pode evoluir para cirrose.
Esteatose hepática aguda da gravidez
Esteatose hepática aguda da gravidez é uma complicação rara, mas séria da gravidez. A causa exata é desconhecida.
Quando esta condição se desenvolve, geralmente aparece no terceiro trimestre da gravidez. Se não for tratada, pode causar sérios riscos à saúde da mãe e do bebê.
O fígado provavelmente voltará ao normal algumas semanas após o parto.
Estágios da esteatose hepática
O fígado gorduroso pode progredir por quatro estágios:
Grau 1 ou Esteatose hepática simples: existe um acúmulo de excesso de gordura no fígado. Não causa sintoma e nem danos no fígado.
Grau 2 ou esteato-hepatite: além do excesso de gordura, há inflamação no fígado. Pode haver do no lado superior direito do abdome.
Grau 3 ou fibrose hepática: a inflamação no fígado já está causando cicatrizes e alterações estruturais no fígado, mas o fígado ainda funciona bem.
Grau 4 ou Cirrose hepática: as cicatrizes do fígado se espalharam e o órgão tem seu tamanho reduzido e está deformado, cheio de nódulos. Neste grau, o quadro é grave e o fígado funciona mal.
A cirrose é uma condição potencialmente fatal que pode causar insuficiência hepática. Pode ser irreversível.
Diagnóstico de gordura no fígado
Como o acúmulo de gordura no fígado não causa sintomas, a maioria dos casos de fígado gorduroso é encontrada acidentalmente, durante exames de imagem para outras doenças não relacionadas. Infelizmente, isso significa que muitos casos não são descobertos até os estágios finais, quando é mais difícil de tratar e a cirrose já se desenvolveu.
Os testes realizados para dar o diagnóstico devem também descartar outras condições e determinar a gravidade da doença. Estes testes incluem:
Exames de sangue
Hemograma completo
Enzimas hepáticas e testes de função hepática
Sorologias para hepatite viral crônica (hepatite B e hepatite C)
Teste para avaliar doença celíaca
Glicose no sangue em jejum
Hemoglobina glicada, que mostra a média da glicose no sangue nos últimos 2 meses
Perfil lipídico, que mede as gorduras do sangue, como colesterol e triglicerídeos
Exames de imagem
Um ou mais dos seguintes exames de imagem pode verificar o excesso de gordura ou outros problemas no fígado:
Ultra-sonografia abdominal: geralmente é o teste inicial quando há suspeita de doença hepática.
Tomografia computadorizada (TC) ou ressonância magnética (RM) do abdome: quando a ultra-sonografia acusa a doença hepática e é necessário avaliar a gravidade.
Elastografia transitória: uma forma aprimorada de ultrassom que mede a “rigidez” do fígado. “Rigidez hepática” indica fibrose ou cicatrizes.
Elastografia por ressonância magnética: funciona combinando imagens de ressonância magnética com ondas sonoras para criar um mapa visual (elastograma) mostrando a rigidez dos tecidos do corpo.
Biópsia hepática
Se outros testes não forem conclusivos, o médico poderá recomendar uma biópsia hepática (procedimento que remove uma amostra de tecido do fígado). A amostra de tecido é examinada em laboratório para procurar sinais de inflamação e cicatrizes.
A biópsia do fígado é considerada a melhor maneira de determinar a gravidade da doença hepática.
Tratamento da esteatose hepática não alcoólica
Atualmente, nenhum medicamento foi aprovado para tratar a doença do fígado gorduroso.
A primeira linha de tratamento é geralmente a perda de peso através da combinação de uma dieta saudável e exercícios, além de não ingerir bebidas alcoólicas.
Idealmente, é desejável um emagrecimento de 10% do peso corporal, mas a melhoria dos fatores de risco pode se tornar aparente já com a perda de 3% a 5% do peso inicial.
A cirurgia bariátrica também é uma opção para quem precisa perder muito peso.
Para quem desenvolve cirrose hepática, o transplante de fígado pode ser indicado.
Complicações
A principal complicação da esteatose hepática não alcoólica é a cirrose, que é um processo de cicatrização crônica do fígado.
À medida que o fígado resolve uma área de inflamação, produz áreas de cicatrizes que formam áreas fibrose. Com a inflamação continuada, a fibrose se espalha e passa a ocupar todo o fígado.
Se o processo inflamatório não for interrompido, a cirrose pode levar a:
Acúmulo de líquido no abdome (ascite)
Inchaço das veias do esôfago (varizes esofágicas), que podem romper e sangrar
Confusão, sonolência e fala arrastada (encefalopatia hepática)
Câncer de fígado
Insuficiência hepática terminal, o que significa que o fígado parou de funcionar
Prevenção
Para prevenir o fígado gorduroso e suas complicações potenciais, é importante seguir um estilo de vida saudável:
Escolha uma alimentação saudável. Escolha uma dieta saudável à base de vegetais, rica em frutas, verduras, grãos integrais e gorduras saudáveis.
Mantenha um peso de acordo com a sua altura. Se estiver com sobrepeso ou obesidade, reduza o número de calorias que come todos os dias e faça mais atividades físicas. Se tem um peso saudável, trabalhe para mantê-lo escolhendo uma dieta saudável e se exercitando.
Faça atividade física regularmente. Exercite-se na maioria dos dias da semana.
Limite ou evite o álcool. O álcool agride e inflama as células hepáticas.
Controle os níveis de triglicerídeos, colesterol e do açúcar no sangue. Isso pode ser possível com uma alimentação sem açúcar e gorduras e, em alguns casos, com medicamentos.
Tratamentos alternativos
Não se comprovou nenhum tratamento alternativo para curar a doença hepática gordurosa não alcoólica. Mas alguns compostos naturais podem ser úteis, como:
Vitamina E: a vitamina E e outras vitaminas chamadas antioxidantes podem ajudar a proteger o fígado, reduzindo ou neutralizando os danos causados pela inflamação. Algumas evidências sugerem que os suplementos de vitamina E podem ser úteis para pessoas com danos causados pela gordura no fígado por origem não alcoólica. Mas a vitamina E tem sido associada ao aumento do risco de morte e, nos homens, ao aumento do risco de câncer de próstata.
Café: em estudos com pessoas com doença hepática gordurosa não alcoólica, aqueles que relataram beber duas ou mais xícaras de café por dia tiveram menos danos ao fígado do que aqueles que bebiam pouco ou nenhum café. Ainda não está claro como o café pode influenciar os danos no fígado, mas os resultados sugerem que ele pode conter certos compostos que podem desempenhar um papel no combate à inflamação.
